Edson Vidal

Lula, O Messias.

Dizem, não sei se é verdade, que o Boff quando foi visitar o Lula o encontrou muito abatido, danado da vida porque o STF ainda não lhe atendeu.

O Boff tentou explicar que o Gilmar tem viajado demais e não tem conseguido convencer seus demais pares para conceder o tão esperado habeas corpus, mesmo assim não conseguiu animar o condenado.

Este continuava jururu e deprimido. Foi então que o Boff deu uma Bíblia de presente para o Lula:
- Leia, medite, interprete pois lhe fará muito bem.
- É em quadrinhos? - perguntou o molusco.
- Não, não é leia bem devagar e você sonhará com um mundo melhor...
- Como a Venezuela?
- É mais ou menos.
- E quem é o personagem principal?
- Deus!
- Ele é bom mesmo? Nunca ouvi falar.
- Ele é ótimo, um verdadeiro Pai.
- Como eu?
- Sim, claro, como você.
- Então eu vou ler.

Boff se despediu e viajou para Roma, enquanto isso o Lula começou a ler o Livro dos Livros. Três meses depois o Boff voltou para Curitiba e foi visitar o Lula. Este aparentava estar mais animado e recebeu o teólogo com a Bíblia embaixo do braço. Boff entusiasmado perguntou ao molusco:
- Que tal, está gostando da leitura?
- Estou.
- E qual passagem você mais gostou?
- A do Adão e Eva...
- Por quê?
- Nudez explicita...
- ?
- Historinha picante...
- Como assim? - quis saber o Boff.
- Claro companheiro: homem e mulher pelados no motel Paraíso...
- Que motel, meu filho! O Paraíso não era nenhum motel.
- Então era campo de nudismo?
- Não! Vou explicar.

E daí o Boff com a paciência de militante ocioso, como aqueles que fingem que estão nos acampamentos do MST, contou e explicou sobre a vida de Adão e Eva; colocou a cobra no meio para a Eva comer a maçã e explicou o pecado original. Lula ficou extasiado com que o ouviu.

E depois  disso o Boff foi para Roma. Três meses depois ele voltou a visitar o Lula na Superintendência da Polícia Federal.

E desta vez encontrou o condenado chorando copiosamente:
- O que foi Lula? O que aconteceu? 
- Li que Jesus, um homem bom e honesto, foi condenado pelo Moro e acabou morrendo na cruz!
- Sim, mas não foi o Moro que condenou Jesus, foi Pilatos!
- Ah, claro que foi o (censurado) Moro, só ele seria capaz de condenar um inocente...
- Mas não foi!
- Claro que foi; ele me condenou da mesma maneira!

Boff então armado de paciência rememorou a passagem bíblica e explicou quase soletrando para o Lula entender sobre o julgamento de Jesus. Lula mesmo a contragosto acabou aceitando que não foi o Moro que condenou Jesus. Boff depois viajou para Roma.

Na volta foi visitar novamente o Lula, este estava prostrado na cama, com os olhos fundos e espumando de ódio.
- O que aconteceu, meu filho? - Perguntou o clérigo.
- Deus editou os Dez Mandamentos? Claro que não!
- Mas foi Ele, sim...
- Claro que não Boff: eu não promulguei nenhuma lei que pudesse ser talhada em pedras! Não fui eu! Não assinei nenhum decreto e nem sancionei os dez artigos!

Boff então desistiu. Não adiantava querer explicar mais nada sobre a Bíblia, porque o Lula entendia tudo errado.

E acabou concordando com o que o Jararaca tinha afirmado: 
- É verdade Lula, não foi você o autor dos dez mandamentos! Também é verdade que foi o Pallocci, o vendilhão do templo. 

- Agora sim, Boff, finalmente você disse uma verdade. Foi o Pallocci que na delação premiada feita perante o Moro delatou a turma que desobedeceu aos dez mandamentos. O sujeito é um alcaguete requintado.

Boff ouviu, mas não ousou desmentir. Saiu da cela do Lula e viajou para o Vaticano.  Na bagagem levou a Bíblia que furtara do Lula, para não ter que ouvir mais asneiras. No Vaticano encontrou na Capela Cistina com o Francisco, este então lhe perguntou:
- Boff, meu camarada. Como está o Lula?
- Chefe, ele está bem; só que não pode ler a Bíblia.
- Por quê? - quis saber o Papa.
- Porque ele acha que a Bíblia conta mentiras sobre a vida dele...
- Como, assim?
- Ele se acha deus e acusa o Moro de ter condenado Jesus sem prova; também afirma de pés juntos que Sodoma  e Gomorra foram destruídas por culpa exclusiva do Pallocci, e que foi a Gleisi quem pediu a cabeça do Bolsonaro numa bandeja.
- Coitado do Lula, pirou de vez, Boff?
- Sim, Santo Padre, tanto é verdade que ele deseja quando sair da prisão ocupar o seu lugar!
- O meu? Por que não o teu, Boff?
- Porque eu consegui convencê-lo que ele não era Deus, e sim São Pedro!
- Você me traiu, Boff?
- Sim, essa é a essência da Teoria da Libertação: cada um por si e Deus por todos!

 “Se você não estudou teologia e nem é conhecedor profundo da Bíblia, desista de ler esta crônica. Você não vai entender nada. Só um teólogo verdadeiro como o Boff é capaz de decifrar os mistérios da vida e  do Lula. Este agora tem pretensão de se tornar Pescador de Almas perdidas. Te cuida Francisco!”
Edson Vidal Pinto

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