A competência da
mulher no Judiciário
U
ma forma de corrigir erros, proteger direitos e defender teses. Foi com
este pensamento que a professora recém-formada no curso Normal
(hoje magistério), concluído no Colégio Nossa Senhora de Sion, em
Curitiba, Regina Helena Afonso decidiu cursar Direito. Mesmo atraída ainda
pela arqueologia – ummundo de descobertas e pesquisas – fez vestibular e,
em 1967, passou a ser caloura de Direito da Universidade Federal do Paraná
– UFPR. Hoje, a desembargadora Regina Helena Afonso Portes temuma car-
reira brilhante no Poder Judiciário. Trilhou seu caminho com lisura, compe-
tência, idealismo e humanidade. Agora, seus planos para o futuro ainda são
intenções, mas com certeza sua decisão será acertada e vitoriosa.
AdesembargadoraReginaPortesconcedeuumaentrevistaexclusivaaAções
Legais. Falou de sua vida na universidade, de sua trajetória como advogada
e comomagistrada. Lembrou que foi a primeira mulher a ocupar uma cadei-
ra no Tribunal de Alçada do Paraná e a primeira a presidir o Tribunal Regio-
nal Eleitoral do Paraná. Fez uma retrospectiva de suas ações e atividades.
Finalmente, deu um depoimento emocionado sobre idealismo e esperança,
mantidos desde a época de estudante até agora.
A seguir, trechos desta entrevista.
Estímulo
“Durante os anos de estudo do Direito, senti efetivamente que havia acer-
tado na escolha. Tão logome formei, fui convidada a trabalhar no escritó-
rio do professor René Ariel Dotti, pessoa que me estimulou ainda mais ao
estudo e onde exerci a advocacia diuturnamente por 19 anos”.
Juíza
“Recebi, então, no ano de 1992, o grande desafo de concorrer à vaga de
juíza do então Tribunal de Alçada do Paraná, destinada ao quinto consti-
tucional (vaga de advogado). Participei de eleição perante o Conselho da
OAB/PR, posteriormente, já incluída em lista sêxtupla de eleição no TJ/
PR, compondo lista tríplice que foi encaminhada ao governador do esta-
do, na época Roberto Requião, e por quem fui honrada coma nomeação”.
Única mulher
“Iniciava, após 19 anos de advocacia, minha carreira na Magistratura do
Paraná. O Tribunal de Alçada era composto por 50 juízes, sendo 49 ho-
mens e eu a única mulher. Foram inicialmente momentos de aprendizado
na convivência, troca de experiências e de conquista de grandes amigos.
Vivenciei naquela convivência commagistrados de carreira e outros oriun-
dos do quinto constitucional (advocacia e Ministério Público) momentos
inesquecíveis, de respeito, estudo, admiração recíproca”.
Fotos: Bebel Ritzmann