Desembargadora
“Em 1999, fui promovida à desembargadora do Tribunal de Justiça do
Paraná. Também a primeira mulher a ocupar tal cargo. A mesma experi-
ência se repetiu, posto que muitos desembargadores já haviam comigo
convivido no Tribunal de Alçada. Fui membro do Conselho da Magistra-
tura do Paraná por muito tempo e também de Comissões Permanentes
do Tribunal”.
Missão cumprida
“Quando de minha posse naquele Colegiado, em entrevista que concedi
a jornalistas, expliquei a minha intenção em fazer uma gestão voltada ao
aprimoramento e ao desenvolvimento do Direito Eleitoral, ramo do Di-
reito, ainda carente de profssionais, estimulando a escola judiciária, au-
mentando o número de publicações commatérias especializadas, sedian-
do palestras, fazendo parcerias com faculdades e institutos voltados a tal
fm. E assim foi feito. Viajei muito pelo interior do estado, avaliando as
condições físicas e de trabalho dos juízes eleitorais e estimulando-lhes o
estudo do Direito Eleitoral. Tambémme dediquei à segurança dos fóruns
eleitorais, commonitoramento à distância, experiência plena de sucesso.
Cumpri felizmente as metas que tracei quando assumi o cargo. Aprendi
também e levarei para sempre comigo, a lição de que não existe adminis-
tração solitária. Mas sim solidária e principalmente compartilhada. Esta é
o segredo do sucesso do administrador, em respeito aos administrados e
ao órgão que representa”.
Desafios
“Assumi, em 2009, o cargo de corre-
gedora do Tribunal Regional Eleitoral
do Paraná e em 2010, sua presidência.
Foram experiências completamente
diferentes. No Tribunal Eleitoral, con-
jugavam-se as funções judicantes e ad-
ministrativas. A primeira delas já exer-
cida por mim como desembargadora,
mas a administrativa foi um novo desa-
fo. Desafo esse que aceitei e ao qual me
dediquei com vocação, culminando por
presidir as eleições gerais de 2010. Foi
com grande orgulho que o fz, impulsio-
nada pela vida e pelos ideais que man-
tenho vivos emmim”.
Gestão
“MinhagestãonoTribunal Regional Eleitoral doParaná foi sedutora, facilitada
pela modernidade, agilidade e estruturação daquela Corte, não obstante to-
dos os problemas que advêmde uma eleição. Dei prosseguimento à interiori-
zaçãodoTRE, já iniciadapormeus antecessores, construindo fóruns eleitorais
emvárias comarcas e centrais de atendimento ao eleitor emtodo o interior”.
Planejamento estratégico
“Outro ponto que considero relevantíssimo para a administração em geral
é o planejamento estratégico. Pormuito tempo considerado pelo Poder Ju-
diciário como de importância relativa, o planejamento estratégico consiste
em antecipar racionalmente as ações visando a atingir determinados ob-
jetos do modo mais econômico, rápido e efcaz. Seria, em outras palavras,
a conversão de esforços comuns para atingir um objetivo, sem dispersão,
commonitoramento das consequências de cada ação. E ao falar de tal agir
no caso do Poder Judiciário, não se está a afastar a ideia do julgador em sua
essência primeira, mas a aliar tal mister às realidades do mundo moderno,
onde o julgador não só decide as demandas. Mas administra seu gabinete,
o cartório de seu juízo, integra-se virtualmente às decisões de tribunais su-
periores e é eterna vítima do crescente número de demandas que exigem
soluções. É o que se chama de “explosão de litigiosidade” que, segundo
muitos, tem feito vergar a estrutura obsoleta do Judiciário brasileiro”.