Edson Vidal

E Se Fosse o Contrário?

Esqueci-me de contar, mas na semana passada quando estava em Guaratuba eu encontrei por acaso, sentado em um banco da praça como se estivesse meditando, o Prof. Amancio Fukuda do antigo Colégio Iguassú (grafado com dois esses), o único filho de japonês que se formou em História.

Sim, porque todos os demais ou são médicos, são engenheiros ou passam em primeiro lugar em qualquer vestibular que fizerem. Com certo atrevimento ousei interromper o estado “zen” do renomado Mestre:
- Olá, Professor, como está o senhor?

Ele abriu os olhinhos e com jeito de que me reconheceu, falou:
- Muito bem! Como está a sua família?
- Vai bem, obrigado. Desculpe-me por interrompê-lo, pelo visto o senhor estava meditando...
- É verdade. Eu estava pensando se  Brasil tivesse perdido a guerra para o Paraguai, hoje tudo seria diferente. Você já pensou nisso?
- Claro que não...
- Pois em tenho pensando sempre. Hoje nós seríamos território paraguaio, a nossa Capital seria Assunção e a região do Chaco seriam ponto turístico, assim como o Deserto de Atacama seria para o Chile.
- E qual seria a vantagem de tudo isso? (Arrisquei perguntar).
- JK não teria construído Brasília; o Lula não abriria a boca porque ele nunca aprenderia falar o espanhol e muito menos o Guarani; o MST nem teria sido criado porque a polícia paraguaia teria acabado com o movimento a cacetada; a Marinha deixaria de ser uma ilusão de ótica, porque os “pais” teria um mar de verdade; e não haveria mais contrabando de cigarros e nem de armas.

Fiquei ouvindo o Professor falar e comecei a imaginar que a ideia não seria absurda, pois o Brasil não estaria atolado na crise moral, política e econômica em que está mergulhado. Eu não me contive e acrescentei:
- Não teríamos o STF!
Nem o Temer, Requião, FHC, Gleisi...
- Calma: poderíamos ter, sim! Eles seriam Paraguaios e poderiam concorrer pelo Partido Colorado e assumirem cargos eletivos do país!

Pensei sobre o que o Fukuda falou e passei a odiar a ideia, então sugeri:
- Professor, se ao invés de termos perdido a guerra para o Paraguai, o senhor não acha mais interessante declarar guerra contra a Coreia do Norte e sem lutar propor a nossa rendição para os coreanos?
- Por quê?
- Ora seria mais vantajoso: com certeza o Kim mandaria executar todos os líderes políticos, com medo da futura concorrência.

O Professor me olhou com seus olhinhos bem abertos e arrematou:
- A ideia é ótima! Seria o fim das nossas preocupações e o Brasil sairia da crise. Mas, espere lá, e se o Lula caísse nas boas graças do Kim e o convencesse a fundar o PT no novo país coreano?
 Daí, Mestre, nos declararíamos a guerra e ao invés de nos entregarmos nós partiríamos para porrada com os coreanos.
- E as armas nucleares deles?
- Problema deles, não nosso. Para nós seria a solução definitiva dos nossos problemas!!! Afinal como Fênix poderemos renascer um dia, das cinzas...

“Se todos os episódios da História tivessem resultados ao contrário, o mundo seria uma pândega. Os Romanos dominariam o mundo e o Lula seria apenas mais um romeiro dentro de um caminhão, rumo a Juazeiro do Norte para participar da festa do “Padinho” Cícero. Eta, como seria “bão”!
Edson Vidal Pinto

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