Edson Vidal

Política Partidária.

Exerci dois cargos políticos no Governo do Paraná o primeiro como diretor-geral da Secretaria de Estado da Segurança Pública na gestão do governador Álvaro Dias; e o segundo o de Secretário de Estado da Justiça no primeiro governo do saudoso arquiteto Jaime Lerner, porém nunca fui filiado em nenhum Partido Político. 
Por quê? Como agente do Ministério Publico sempre comunguei com a ideologia da lei e , também, para não comprometer minha atuação como Promotor de Justiça e depois Procurador de Justiça a fim de resguardar a independência de minha Instituição. Sempre achei que uma vinculação política partidária poderia confundir meu papel profissional quando do exercício de minhas atribuições. Mesmo porquê nunca tive pretensões eleitoreiras. 
Posição que adotei por decisão própria. É claro que no exercício da judicatura - como Juiz de Alçada e depois Desembargador - fiquei mais longe ainda da política partidária. Pois, bem. Em razão de meu distanciamento com os Partidos nas oportunidades que tive em conferências, palestras e debates, no âmbito das Universidades e Associações representativas da Indústria e do Comércio, nunca conclamei ninguém a participar da política partidária, mas pelo contrário, sempre desestimulei àqueles que tinham intenção de serem candidatos à desistirem de seus intentos. Por quê ? Porque desgostoso com os comportamentos da grande maioria dos governadores, prefeitos, deputados, vereadores, deputados federais, senadores e Presidentes da República descomprometidos com a ética e o decoro, é que não gostaria vê ver nenhuma pessoa de bem querer disputar um cargo eletivo contra raposas criadas e fantasiadas de cordeirinhos. Minha ojeriza era tanto que todo Partido Político não passava de uma agremiação com dono e que se prestava apenas para eleger os piores caciques da tribo. Infelizmente, só agora, me dei conta que estava totalmente errado pois ninguém alcança o poder através de uma eleição, se não for através de um Partido Político. E mais : os brasileiros têm o dever de participar da vida pública fazendo política partidária, por ser esta a única maneira de oxigenar a política e possibilitar o rodízio entre os ocupantes de cargos eletivos. Tanto é verdade que o quadro de políticos ao longo de muitos e muitos anos muda muito pouco, justamente porquê, faltam novas opções. Ninguém quer ser candidato justamente pelo estigma criado pelos maus políticos. É por isto que o Brasil está encalhado no lamaçal da corrupção por serem sempre os mesmos que estão atolados na podridão do poder. E gostam disto porque mandam, estão por cima e não se importam nem com o cheiro e nem com o que tem de engolir. Foi o Luiz Ignácio ontem é o Luiz Ignácio hoje e quem sabe, pelo andar da carruagem, será ainda o Luiz Ignácio por muito tempo. Na última eleição para Presidente da República não tinha nenhum nome novo na disputa que espargisse esperança para o eleitor, pois a chamada terceira via não passava de velhos e calejados postulantes, além de duas mulheres , ambas inexpressivas que martelavam em uma tecla só. É claro que o pleito foi polarizado e com a ajuda do TSE o notório ladrão foi ungido ao cargo. Assim, se a democracia resistir no país, urge a imperiosa necessidade das pessoas que tiverem a mínima vontade de concorrer que se inscrevam no Partido Político cuja sigla mais convier, porque dentro deles nada mais é importante porque nenhum filiado é obrigado a seguir nem o ideário e muito menos o estatuto que dá diretriz nos compromissos alinhados.  O quê importa é estar filiado numa Sigla Partidária para poder dentro dela concorrer a convenção e sair candidato. Esta é a salvação do Brasil a curto espaço, para renovar a massa política e oxigenar os cargos de comando do Poder Executivo e seus respectivos parlamentos. Precisamos de bons cidadãos e jovens idealistas, com urgência, para salvar a nossa gloriosa Nação…


“É preciso renovar ou morrer. A política precisa de gente nova, com ideal, gana e vontade de combater o bom combate. Oxigenar os Parlamentos é condição básica para salvar a democracia e moralizar o país. E a hora para se filiar num Partido Político é agora, é o Brasil que chama!”

Atenção: As opiniões dos nossos colunistas, não expressam necessáriamente as opiniões da Revista Ações Legais.