Edson Vidal

Aula de Política.

Quem é inteligente e está mergulhado no atoleiro da política sabe muito bem que conviver com os contrários exige disputar o jogo dentro de um tabuleiro repleto de alçapões, armadilhas preparadas para engolir os afoitos e incautos. Pois a política é um campo minado em que o protagonista deve saber o momento próprio de avançar e recuar, pois não se ganha nenhuma batalha se não tiver uma estratégia bem elaborada e muita dose de paciência. É como diz o ditado popular : “o apressado sempre come cru.” Claro que estou me referindo ao Tarcísio, governador do estado de São Paulo, que parece ser o candidato com maior visibilidade para amanhã poder concorrer contra os petistas e partidos de esquerda, por ser o herdeiro natural do último governo e que tem predicados reconhecidos como gestor e honestidade pública. E ser honesto na atual conjuntura não é obrigação  e sim predicado para constar no currículo de qualquer candidato. E por quê digo isto? Porque o governador de São Paulo está trabalhando com toda perspicácia para não bater de frente com o Lulapetismo, driblando o quanto possível as diferenças para dialogar com o governo federal a fim de poder subtrair dividendos que lhe permitam governar bem o seu estado. E no final de quatro anos se tiver o apoio e o reconhecimento de uma administração positiva e inatacável, contará com o  apoio e  a simpatia dos demais eleitores do país. Afinal São Paulo é o centro econômico mais importante e quem souber governá-lo com brilho, será, naturalmente, o candidato melhor indicado para presidir o Brasil. É por isto que o Tarcisio está politicamente “comendo pelas beiradas” e agindo com a moderação que a ocasião exige. Está sabendo entrar  no jogo da política para não ser previamente tosquiado. E está agindo bem diferente do Bolsonaro, que apesar de ter vivido muitos anos no Parlamento não aprendeu nada de política, pois afoito precipitou sua queda desde que assumiu a presidência. Começou com a briga prematura contra a Imprensa, sem ter nas mãos a governabilidade do país, esta ainda fragilizada e dividida, depois subestimou o prestígio do Luiz Ignácio e ignorou a força de seus inimigos do STF, para, no final confiar numa Tropa de botas que não tomou conhecimento de seu Comando. E certo ou errado, com a ajuda ou não do TSE, favoreceu a eleição do Luiz Ignácio. Mas ao que parece o Tarcisio aprendeu a lição e está maduro para não cair nas enrascadas criadas pelo seu ex-chefe, pois está caminhando no mesmo campo minado, porém, evitando sobressaltos. 
Pois o momento ainda não é  de embate, porque as eleições ainda estão distantes, mas, sim, de aproximação com os adversários como estratégia para evitar desgastes, pois dar de frente com quem está com o maior poder é querer cutucar um leão com vara curta. Parece que o Tarcisio está sendo habilidoso e demonstrando ser um bom jogador no xadrez da política, tomara que continue assim, para não perder o seu prestígio antes do tempo…

“O jogo da política partidária exige do protagonista dose de paciência e bom senso, para ter sucesso. Saber tomar a decisão de agir e enfrentar de frente os adversários deve ser no momento certo, sem recuo e com firmeza. É o que sempre o eleitor espera de um líder para enfrentar a batalha das urnas.”

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