Revista Ações Legais - page 94-95

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ARTIGO
Auditoria interna e seus
estágios, um olhar mais
aprofundado
O
mundo corporativo tem se modificado de
forma rápida e constante. Notoriamente
tem acompanhado as tendências de negó-
cios, ficando cada vez mais virtual e descentralizado.
Sem dúvida, esta nova dinâmica de mercado torna
a empresa mais vulnerável e exposta a riscos cada
vez mais complexos, exigindo de sua gestão um ele-
vado grau de comprometimento com as práticas de
governança, gerenciamento de riscos e sistema de
controles internos.
Por sua vez, a atividade de auditoria interna, seja no
setor privado ou público, deve acompanhar estas
mudanças, como risco de ficar obsoleta se não fizer.
Fica cada vez mais evidente a importância da ativi-
dade de auditoria interna como ferramenta para o
aperfeiçoamento das operações das corporações e
no fortalecimento dos atributos de governança.
Entretanto, algumas pesquisas realizadas pelas em-
presas de auditoria externa, demonstram que a alta
gestão tem dúvidas se a auditoria interna esta en-
tregando serviços que realmente adicionem valor
para à empresa. Esta percepção esta centrada, basi-
camente, na forma de atuação, na natureza dos tra-
balhos de avaliação e na fragilidade dos relatórios e
recomendações.
Tenho me deparado, durante alguns projetos junto
às auditorias internas tanto no setor público como no privado, com a realização de traba-
lhos de avaliação muito incipientes, com baixa aderência às normas internacionais de au-
ditoria, gerando resultados, comprometendo o objetivo de adição de valor, do ponto de
vista da governança. Logicamente, também encontro, em menor proporção, atividades
de auditoria que estão melhores estruturadas e mais aderentes às normas internacionais,
mas são exceções.
Para que possa fortalecer as atividades da auditoria interna, alinhando-a às necessida-
des corporativas, primeiro, precisamos entender em que estágio a atividade se encontra.
Depois, podemos elaborar um plano de melhoria e fortalecimento do departamento de
auditoria interna.
Em nossa visão, existem três grandes estágios na auditoria interna. A primeira diz respei-
to aos trabalhos de avaliação de conformidade, a segunda onda esta voltada à avaliação
do processo de gerenciamento de riscos e controles internos, e a terceira onda a avalia-
ção da gestão e estratégia, como demonstrada pela figura abaixo:
No primeiro estágio, os trabalhos de au-
ditoria estão voltados à avaliação de con-
formidade e/ou regularidades. Sua análi-
se se baseia em um paradigma que pode
ser uma lei, norma ou regulamento, onde
o resultado será sempre binário, isto é:
esta ou não esta em conformidade. O au-
ditor deve ter um amplo conhecimento
de todos os paradigmas que impactam as
transações avaliadas. A amostragempara
seleção dos testes tem grande tendência de ser, através da aplicação do princípio de Pa-
reto 20/80, por materialidade de valor.
O segundo estágio, além as atividades de conformidades, são também realizados traba-
lhos de avaliação operacional. Os projetos são definidos com base em uma leitura de ris-
cos corporativos, onde são avaliados o gerenciamento dos riscos e o sistema de contro-
les internos em um ciclo de negócio, processo operacional ou segmento de transação. O
auditor deve ter uma boa visão da dinâmica da operação avaliada e dos riscos associados.
Os testes serão baseados em uma amostra selecionada através da metodologia de amos-
tragem estatística e sua extração realizada de forma aleatória.
A auditoria interna do 3º estágio, além das atividades de conformidades e de auditoria
operacional, passam a avaliar as ações de gestão, bem como seu desempenho em atingir
Foto: Divulgação
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